Você já reclamou dos acentos gráficos, achando que eles só estão ali para complicar a vida?
Pois lamento informar: sua queixa não procede.
Esses tracinhos têm uma missão nobre nas terras da língua escrita.
Na fala, qualquer falante nativo sabe, instintivamente, onde está a sílaba tônica da maioria das palavras. Mas e quando alguém de fora, um estrangeiro aprendendo português, precisa se guiar apenas pelo texto escrito? É aí que entra a acentuação, como uma professora de dança atenta: ela sinaliza os passos diferentes, aqueles que fogem ao ritmo mais comum.
Spoiler: a acentuação existe para marcar exceções — não para complicar a sua vida.
Trauma superado?
Um exemplo que vive tropeçando no ritmo
Muita gente fala RUbrica, quando o correto é ruBRIca.
Se fosse proparoxítona, a regra é clara: todas as proparoxítonas são acentuadas. Então, teria de ter um acento no RU. Como não tem, podemos concluir que ela é paroxítona — e esse é o “passo” mais comum no baile das palavras em português.
E por que não “rubriCA”?
Excelente pergunta (suas “pulguinhas atrás da orelha” são espertas!).
Se fosse rubriCA, seria uma oxítona. E toda oxítona terminada em A, E ou O precisa de acento no final: rubriCÁ.
Mas, como a “professora de dança” não colocou nenhum sinal especial ali, podemos pronunciar ruBRIca sem medo de pisar no pé de ninguém.
Moral da história:
A acentuação não é vilã. Ela é a coreógrafa que mantém as palavras no compasso certo.
Então, da próxima vez que encontrar um acento, dê um sorriso e um “obrigado” — afinal, ele está ali para que a dança da língua portuguesa continue harmônica.
Para quem quiser dançar ainda mais
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📚 Aprenda as regras: proparoxítonas, paroxítonas e oxítonas.
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🎤 Treine em voz alta: fale e ouça para fixar a pronúncia.
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🌍 Ensine para um estrangeiro: você vai ver como os acentos são heróis na aprendizagem.